quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Tudo que nos separava, subitamente falhou

A cena se dá em um Café parisiense. Não necessariamente em Paris. É a crise. Não necessariamente tomando um Café... Mas o que importa é a cena...

Dois homens em uma mesa afastada com uma iluminação precária. Um deles está calmo e toma chá. O outro que aqui será chamado de produtor está estressado lendo 3 jornais simultanêamente e colocando um copo vazio na boca tentando sorver algo.

- Você tem que ler isso. Eles já voltaram a escrever. Já já te atacam. Você tem que reagir, voltar a ativa. Escreva, homem!
- Interessante... O chá é algo muito interessante. Ele guarda o gosto das ervas mas todos tem um sabor no fundo parecido... Desculpe, você estava dizendo algo?
- Você não muda. Fica aí parado como um Deus. Alheio a tudo. temos que voltar a escrever no blog. As meninas já voltaram... Todos voltaram com os seus. Estão querendo saber de você. Precisamos nos posicionar.
(enfático) - Concordo. Precisamos! Avise então a elas nossa posição.
- Que é?
-Esse Café parisiense aqui. Diz que estamos na terceira fila de mesa da direita. É só atravessar o corredor até o careca vestido de vermelho contornar a mesa de doces e seguir a direita até a janela que tem um vidro escuro.
- Você não muda. Eu não sei o que faço. Podia ser o produtor de um artista mais pró ativo, mais talentoso, mais movimentado.
- Não ia dar certo.
-E por que não?
- Porque você é uma extensão minha. Você só existe porque te criei. E criei estressado exatamente para não precisar usar isso em mim. Afinal prefiro morrer de sono do que de úlcera.
- Hunft.
- Não fique assim. Você paga a conta ?
- Claro que não. Se sou seu amiguinho imaginário, não tenho um tostão.
- Tudo bem, eu pago e vamos embora. Ativar o blog. Não volto mais a esse café parisense.
-Por que não?
- Porque o chá não tem borra.
E sai deixando uma poesia como pgamento. Talvez tenha sido o produtor estressado ou as meninas sonhadoras... Ninguem vai saber. Mas o fato é que ele voltou. E estava feliz como nunca. E estava feliz como antes...

poesia do pagamento:

Quem me dera que as flores fossem minhas.
Ou o pôr do sol viesse com meu nome;
as estrelas com meu certificado de posse.
O amor viesse a mim para pedir benção.
As borboletas passassem antes na minha janela.
Quem me dera.
Porque setudo isso fosse real
daria tudo a você para ver se tiro de vez
essa lágrima que teima em cair de seu rosto.

5 comentários:

Mare Soares disse...

ahh, agora soando muuuito melhor!

Paty Augusto disse...

Aê!!!! Estamos quase todos, todas as pontas para voltar a iluminar a blogosfera...
Belíssimo texto, volta fenomenal!
Welcome back, dear!

Deise Daros disse...

O melhor de tudo é que ele está feliz novamente, e muito feliz.
a poesia é linda, brinda muito bem seu retorno!

beijo beijo

Felippe L.B. Katan disse...

Muito bom \o/

Me diverti muito com esse texto. Coitado do "produtor" imaginário hahaha.

Ah, bela poesia também. Representa uma parte do que tenho vontade de falar, mas se esconde de mim.

Gabriela Lopes disse...

Adorei a poesia! De quem é??