Eu não sei o futuro deste texto. Ele pode virar uma coluna ou posso chegar até final e na magna prepotência selecionar tudo e esmagar a tecla delete recriando o branco pastoso atrás da tela líquida do laptop. Eu , contudo, não tenho escolha. Tenho que percorrê-lo até o final e saber o que vai acontecer. Vocês podem optar meus queridos leitores. Seguir em frente e arriscar um texto novo que pode ser bom, terrrível, excelente, catastrófico( a hierarquia crescente não combina com sensações tão conflitantes). Vejo que continuam a leitura. Aventureiros, vocês tinham escolha!
Planetas que o Pequeno Príncipe visitou e não deu tempo de contar.
Planeta do homem antenado. O principezinho chegou no planeta que tinha um formato de um ovo. Um homem estava com um radio na orelha, via televisão no noticiário, passava rápido as páginas de um jornal impresso gordo e amarelo e ainda acompanhava o notebook com as atualizações. Bom dia, tentou o pequeno principezinho. - Bom pra quem? Esbravejou o homem. As notícias são terríveis; a crise é notória; o mundo não tem salvação.
-Não tem? Indagou o principezinho. Que estranho. Ele parece perfeito. Tudo em ordem. Tem coisas ruins acontecendo, mas o sol continua nascendo, as flores continuam crescendo vaidosas ( e bateu uma saudade da do seu planetinha), nos planetas, as pessoas estão felizes.
-Você é uma criança boba e inocente. Só vê coraçãozinho e a vida é um romance pra você. Eu vejo as notícias que são feitas de tragédias. Sangue, inflação e crimes diários. Tenho que saber quando vai ser o próximo. Tenho que saber quando vai ser comigo!
E o homem ignorou o principezinho porque não o achava tão importante como a previsão do tempo que começara na TV num planeta há milhões de kilômetros de distância.
Enquanto ia embora, o principezinho pensou que se um dia viesse a ter filhos ia dar menos televisão a eles e mais abraços. E partiu pra um outro planeta.
Eu até hoje nunca conheci quem não gostasse de Borra. Sem malícias e delícias, borra é aquele líquido mais grosso do café e do nescau. É onde fica todo o açúcar que apesar de ser proibido pelos médicos, é o melhor da bebida. Borra de vida evidencia os momentos doces e incríveis e nos convida a partir para uma viagem pelo lado tão bom e tão esquecido da vida. A viagem é arriscada e pode nos fazer não querer mais voltar a nosso mundinho cinza. e daí? Vale a pena o risco.
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3 comentários:
Será possível que o Luiz voltou a sentir tesão?
Porque eu achei com tanto tesão como antes. E porque eu amo o principezinho e qualquer apropriação feita por nós a respeito dele.
Quão triste deve ser viver das tragédias do planeta e sequer saber deslumbrar-se com as maravilhas que existem?
Amei, querido... eu escolhi ler e valeu a pena.
Beijos
Não ler não é uma opção... impossível passar batido por um texto seu, mesmo sendo sobre o pequeno príncipe, que, particularmente, evito ler/ver por ser deveras triste...
Mas mais triste é o coração daquele que é incapaz de levantar os olhos das tragédias estampadas nas folhas dos jornais para apreciar o por do sol...
Lindo!
Beijos
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