sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

1 X 1



22 de dezembro de 2012. O mundo não acabou. O sol já anuncia seus raios tímidos de forma mais que natural. As pessoas espreguiçam e demoram para abrir os olhos. Ainda ansiosas que algo ocorreu. Mas não. Tudo igual. Os mesmos problemas, sensação térmica. Condição normal de temperatura e pressão. O cachorro latindo, o vendedor de pães gritando as promoções de seus quitutes. O mesmo hálito, as contas em cima da mesa, as trágicas notícias do jornal matinal.

Na rua, as mesmas pessoas apressadas, o mesmo ônibus cheio, o chefe berrando vermelho como sempre. No almoço, a salada com alface e tomate e a quantidade rotineira de molho agridoce e o suco do dia. No escritório, o olhar zumbi, a apatia frequente, a melancolia habitual... Nem na volta da casa, há alteração do percurso. Chega no mesmo horário, se joga na poltrona empoeirada, só levantando para comer, banheiro e dormir.

O mundo não acabou. Nas expectativas, na esperança do abalo, na chance de revolução tudo se finda. O ponto final amargo, pois, vem com reticências. O continuísmo da mediocridade, da covardia e da desistência. Sem coragem para apitar o fim da partida de um alto de um prédio ou de uma ponte. Ou, então, de tomar as rédeas da vida e revolucionar com gols bonitos e cheios de graça.

Os Mayas não ganharam o jogo, porque a posse da bola é sua, companheiro.