A cena se dá em um Café parisiense. Não necessariamente em Paris. É a crise. Não necessariamente tomando um Café... Mas o que importa é a cena...
Dois homens em uma mesa afastada com uma iluminação precária. Um deles está calmo e toma chá. O outro que aqui será chamado de produtor está estressado lendo 3 jornais simultanêamente e colocando um copo vazio na boca tentando sorver algo.
- Você tem que ler isso. Eles já voltaram a escrever. Já já te atacam. Você tem que reagir, voltar a ativa. Escreva, homem!
- Interessante... O chá é algo muito interessante. Ele guarda o gosto das ervas mas todos tem um sabor no fundo parecido... Desculpe, você estava dizendo algo?
- Você não muda. Fica aí parado como um Deus. Alheio a tudo. temos que voltar a escrever no blog. As meninas já voltaram... Todos voltaram com os seus. Estão querendo saber de você. Precisamos nos posicionar.
(enfático) - Concordo. Precisamos! Avise então a elas nossa posição.
- Que é?
-Esse Café parisiense aqui. Diz que estamos na terceira fila de mesa da direita. É só atravessar o corredor até o careca vestido de vermelho contornar a mesa de doces e seguir a direita até a janela que tem um vidro escuro.
- Você não muda. Eu não sei o que faço. Podia ser o produtor de um artista mais pró ativo, mais talentoso, mais movimentado.
- Não ia dar certo.
-E por que não?
- Porque você é uma extensão minha. Você só existe porque te criei. E criei estressado exatamente para não precisar usar isso em mim. Afinal prefiro morrer de sono do que de úlcera.
- Hunft.
- Não fique assim. Você paga a conta ?
- Claro que não. Se sou seu amiguinho imaginário, não tenho um tostão.
- Tudo bem, eu pago e vamos embora. Ativar o blog. Não volto mais a esse café parisense.
-Por que não?
- Porque o chá não tem borra.
E sai deixando uma poesia como pgamento. Talvez tenha sido o produtor estressado ou as meninas sonhadoras... Ninguem vai saber. Mas o fato é que ele voltou. E estava feliz como nunca. E estava feliz como antes...
poesia do pagamento:
Quem me dera que as flores fossem minhas.
Ou o pôr do sol viesse com meu nome;
as estrelas com meu certificado de posse.
O amor viesse a mim para pedir benção.
As borboletas passassem antes na minha janela.
Quem me dera.
Porque setudo isso fosse real
daria tudo a você para ver se tiro de vez
essa lágrima que teima em cair de seu rosto.
Eu até hoje nunca conheci quem não gostasse de Borra. Sem malícias e delícias, borra é aquele líquido mais grosso do café e do nescau. É onde fica todo o açúcar que apesar de ser proibido pelos médicos, é o melhor da bebida. Borra de vida evidencia os momentos doces e incríveis e nos convida a partir para uma viagem pelo lado tão bom e tão esquecido da vida. A viagem é arriscada e pode nos fazer não querer mais voltar a nosso mundinho cinza. e daí? Vale a pena o risco.
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5 comentários:
ahh, agora soando muuuito melhor!
Aê!!!! Estamos quase todos, todas as pontas para voltar a iluminar a blogosfera...
Belíssimo texto, volta fenomenal!
Welcome back, dear!
O melhor de tudo é que ele está feliz novamente, e muito feliz.
a poesia é linda, brinda muito bem seu retorno!
beijo beijo
Muito bom \o/
Me diverti muito com esse texto. Coitado do "produtor" imaginário hahaha.
Ah, bela poesia também. Representa uma parte do que tenho vontade de falar, mas se esconde de mim.
Adorei a poesia! De quem é??
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