domingo, 24 de fevereiro de 2008

Vida sem rumo 5


“não quero ser apenas um número” Mare



Olá, meu nome não importa.
Você tem que saber apenas que hoje é um dia importante. Já vivi 284 meses. 1239 semanas. 8675 dias.
Você deve estar se perguntando o que te demais nisso, não é? Sabia. Todo mundo pensa assim. Seres inferiores.
Mas estou vivo a 288.177 horas. Já pude então, ver muitas coisas. Milhares de pessoas, de horas em frente a televisão, centenas em frente a um computador.


Perdão por não conseguir ser tão exato sobre essas informações. Os anos bissextos atrapalham a contagem. Nesses 12490665 minutos de vida, em compensação, não sei se vivi intensamente para valorizar cada um deles.
Fiz muita merda e passei muitas horas no ócio completo.


Também não sei se estou de completo errado, afinal acredito no ócio criativo um livro de um cara que não importa o nome mas escreveu 336 páginas sobre o assunto. Tenho 331 pessoas no meu orkut e 93 fãs. De amigos mesmo de verdade, colecionei nesses 284 meses de vida, aproximadamente 10. Eu sei que não é uma contagem expressiva mas , tente compreender: é maior que a quantidade de copas do mundo que eu assisti.


Agora faltam exatamente 91 dias e 12 horas para meu aniversário. Estarei mais próximo. Mais próximo de números maiores. Quem sabe um dia, depois de colecionar várias casas decimais na minha contagem de horas vividas, eu não passo a ser o primeiro?


Pensando bem, me contento até com o décimo. Mas quero números mais expressivos. Meu CPF e RG não tem nada demais. São números medianos e sem graça. No vestibular, fui um número e agora completo uma pesquisa avançada e cheia de percentagens de jovens insatisfeitos.


Já se foi tempo que jovens faziam revolução, contrastes, diferenças!
Hoje só fazemos tabelas, estatísticas e números. E a contagem regressiva para sermos cadastrados nas fichas do obituário continua.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

ai, a distância...

Imagem: Jonny Mello

Existem várias distâncias. A distância do tempo, da utopia, dos paradoxos. Os paradoxos sonho e realidade; belo e feio; rico e pobre. Existe a distância forçada com chantagens, obrigações e assinada perante o juiz. Existe a distância desejada para tal da saudade criar um sentimento mais intenso. Existe a distância natural como a morte. Mas há quem ultrapassa este empecilho e reduz a distância.

Existe a distância acidental onde os amigos da faculdade, do DCE, do chopinho e da natação simplesmente se dispersam. Existe a distância até mesmo entre pessoas que dormem na mesma cama. Existe a distância pai e filho onde o segundo torce pra se afastar e quando consegue se arrepende e no primeiro distúrbio cai no colo novamente.

Mas a pior de todas. A mais dolorosa, cruel e simples é a distância física. Sem nenhuma poesia ela simplesmente separa dois corações que se amam, que se desejam e bota uma estrada de milhas entre os dois. Uma distância que apesar dos aviões, dos mensengers e do mundo virtual ainda está lá. E que sempre dá suas caras.

Um misto de saudade, de loucura interna, de anarquia me invade. Uma vontade de burlar o sistema e reduzir a zero essa distância. Mas vem as contas a pagar, os chefes e o plano dentário que impedem que cometamos loucuras.

A distância física é monocromática. Se fosse se resumir a uma imagem seria uma estrada reta. Um dia da semana? Segunda. Uma data comemorativa, quarta feira de cinza. A distância física não tem filosofia. Os poetas que se arriscam a abordá-la caem nas letras mais depressivas que se tem em relatos. Se esta distância fosse um sentimento, seria a melancolia. Se fosse um pássaro, seria o mais sem graça dos pardais. Se fosse um estado físico seria a ressaca.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Um brinde às grandes vidas- Parte 1


- Deixa isso pra lá, você ta nervosa demais...
- Claro, tem ainda que pegar os doces , ver se as plantas estão bonitas pra decorar a igreja. Astolfo, o casamento é amanhã!
- Doces? Plantas? Casamento? Quem casa amanhã, mulher?
- Nós, Astolfo! Esqueceu?Nós casamos amanhã!!!

- Mulher, acorda rápido!
- Que foi Astolfo? São 5 e meia da manhã.
- Algo estranho! Acordei e tem uma criança no quartinho de visitas. O que é aquilo?
- Astolfo, é uma criança, deixa ela dormir.
- Mas que criança é aquela?
- Nossa filha, Astolfo, nossa filha! Mas vê se não vai acordá-la, ein? Já foi um custo niná-la.
- BuAAAAA
- Eu não sabia, eu a sacudi pra saber se era de verdade ou se eu tava sonhando.
- Astolfo!!!!!!!

- Mulher, vem cá rápido, me explica isso.
- O que foi Astolfo?
- Por que essas pessoas de terno e gravata estão apertando minha mão? E estão todos tão felizes.
- É uma festa, né Astolfo! Um casamento!
- Opa , pera aí... A gente já se casou... Eu até que lembro.
- Não é nosso, Bendito! È da nossa filha. Olha como ela está linda.
- Acorda mulher! Nossa filha ainda não voltou com aquele cafajeste.
- Ela se casou com o cafajeste, Astolfo. Eles vivem juntos agora. Voltamos a viver só nós dois.

- Oi Filha! Adorei o abraço apertado. Por que de tantas lágrimas? Cadê sua mãe, ein? Acho que tem um tempinho que não a vejo e vai começar a novela que ela adora.
- Pai, Mamãe morreu. Você vai ficar bem? Vou viajar com meu marido e nossos 3 filhos. A gente volta um dia pra se ver.

- ô Mulher! Que saudade! Já tava sentindo falta de você...
- Eu sei Astolfo. Eu sei. Você está bem?
- Rejuvenecido. Andava meio gripado mas agora, to novinho em folha. Olha, nossa filha anda meio biruta, sabe? Ela disse que tava com saudade de mim. Chegou aqui há meia hora e só quer abraçar aquele homem no caixão no meio da sala. Vou acabar ficando com ciúme.
- Você não aprende, Astolfo!!!! Vem, vem que quero te mostrar tudo por aqui.
- Ta mas mostra devagar, ok? Sabe que sou meio lerdinho...

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Trapaças, mentiras, erros, enganos....

Nossa, como você cresceu. Nem parece aquele menino que eu fazia ninar. Não tinha essas marcas de sangue e essas bolsas roubadas. Bala era de leite, lembra? Com açúcar mascavo. Você adora me ver fazendo... Dizia que eu tinha mãos de fada... E eu, toda orgulhosa. Hoje você não quer mais minhas balas, não é mesmo?
Não consigo te prender em casa por uns gostosos caramelos. Hoje você é da vida. E nem sua vó com mãos de fada pode te trazer de volta. Mas se um dia der tempo, venha aqui chupar umas balinhas de leite. Prometo te contar uma daquelas histórias que você adorava ser ninado. prometo fazer você suspirar como fazia quando criança. Se os Homens deixarem, vou abraçar você mesmo com esse sangue. Você me deve um suspiro. Pelo menos o último. Eu bem que tentei avisar. Essas balas de hoje em dia não são tão açucaradas como as minhas de açucar mascavo.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Estou aprendendo


Estou aprendendo , juro! Estou mais confiante, menos inseguro mais determinado. Estou mais feliz, menos obcecado, mais racional.

Vivo com mais prosas mas não ignoro os versos. Vivo de acordo com a música do instante mas sempre encontro tempo para um bolero. Vivo escutando que não devo ser sonhador e nem tapado demais.

Estou aprendendo a interpretar essas ordens e seguir nos dois caminhos. Entre sonhos e realidades, aprendo a seguir um caminho único que vai me levar aonde quero e posso chegar. Ignoro as falsas profecias mas sei ouvir conselhos e sugestões. Não me detenho a paradigmas, a dogmas e acusações inflamadas. Sigo meu instinto. Minha intuição. Meu faro, meus sonhos, planos e devaneios. Tudo com uma ordem lógica: adoleta!

Se for preciso, volto, caio, bato, me apaixono, tudo de novo. A vida é feita de páginas escritas dia-a-dia. E aqui estou eu escrevendo mais um capítulo. Sei não: do jeito que as coisas vão, em breve crio um livro, uma biblioteca, uma nação.

-Eita menino que não para de sonhar!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

quando a folia acabar!



Quando a folia acabar, não sei o que vai acontecer.
Tudo que fiz, foi demais. Mas não sei se era pra ser.
Fiz muitas coisas que nos planos não podiam rolar.
Será que o carnaval realmente é pra se soltar?
Fico me indagando, sozinha, tão preocupada.
Na quarta feira de cinzas, eu só, mesmo acompanhada!
Não pensei no amanhã e não fiz com quem queria.
Acordei diferente, mulher, esquecendo da orgia.
Quando a folia acabar, não sei o que vai acontecer.
Talvez esqueça tudo e eu esqueça que não foi com você.
Fiz muitas coisas que nos planos não podiam rolar.
Acho que o carnaval não serve só pra se soltar.



Viver na borra de vida não é fazer tudo que queremos sem moderação. É aproveitar cada momento com maturidade e conciliando coma vida real. A folia passa, termina. Ela sempre acaba. E a dor de cabeça continua... Peso na consciência existe em qualquer vida que você escolher!