quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

uma pausa para o almoço

O blog continua. Eu juro. mais lento que um cágado, mais insuportável do que esse Big Brother, mais enigmático do que aquele trem fantasma que andou 4 estações sem maquinista aqui no RJ.
Mas hoje resolvi parar. Parar o que está parado? Alguns podem soltar essa farpa, mas eu prossigo calmamente. Parar pra ver o que quero da voida. Quantas vezes fiz reflexões e nada adiantaram? Quantas vezes olhei pro horizonte e não vi nada além de lágrimas e um futuro incerto. Resolvi parar em frente do precípicio. Não sou eu que que ando em sua direção, é o caminho entre ele e eu que fica menor. E quanto mais eu grito, mais mudo percebo que estou. Quanto mais peço socorro, mais percebo que a solidão me engole. Parei. Não para escrever uma carta póstuma. Não quero prosseguir neste precípicio. Quero seguir a boirboleta e voar como antes fazia. Quando olhava para o horizonte e via a beleza, Deus, planos... Parei. parei para descer deste ônibus fatal. Pular pela janela e mesmo que saia com feridas, mas que possa sair vivo. Um tempo que eu acreditava na vida, nas pessoas e na existência da alma gêmea. Quanto eu tinha fôlego paralutar pelos meus sonhos e não me contentar com o alimento enlatado e sem graça que é empurrado pela minha garganta a dentro. Parei. Pra cuspir, vomitar, me libertar.
tentar voltar ao mundo colorido que me encantava e me trazia boas sensações. Parei para almoçar. Só isso. Mas depois do almoço eu volto , juro. Mas juro que tentarei ir atrás do que sonho.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

No meio da multidão, ele estava sozinho

Fogos explodiam por todos os lados, pessoas se abraçavam e estouravam espumantes quentes. Gritos e canções eram entoados. Faziam-se planos, beijavam na boca e se despediam de 2009. No meio de tanta alegria e sonhos para o futuro, um ser com olhos marejados. Um ser que até cantou com os outros, que até abraçou e desejou os votos com muito carinho e sinceridade. Um ser de azul e short branco com chinelo verde. A moda nunca foi seu forte. Mas naquele dia, as cores tinham significado. E a ausência de outras, também. Não passara a virada de vermelho. Depois de anos com essa cor predominante, escolheu o azul. Queria tranqüilidade.

E até o momento era isso que ele tinha. Sentia-se em um barco no meio daquela multidão embriagada. Como se fossem ondas raivosas, ele mantinha seu barco são. Por escolha própria ou por simplesmente não conseguir mergulhar naquelas ondas de escapismo. Depois dos fogos, a música aumentou e o ser de azul com calça branca e chinelo verde ficou, com toda sua falta de moda, no meio de agarrações. Pessoas sexuais querendo seus primeiros beijos do ano em rituais profanos. Fechou os olhos. Não para beijar, mas para não ver aquela cena lamentável. Caminhou até a orla, mas não teve coragem de dar seus tradicionais 7 pulinhos. Não estava por inteiro. .

Faltava algo ou alguém. O que acontecia? Estava mais velho e rabugento? Será que uma coisa atraia a outra? Viu então um senhor grisalho se jogando na areia em uma tentativa frustrada de dar um peixinho. Não... Era só ele que estava rabugento. E temeu que seu primeiro sentimento do ano fosse negativo. Por isso fechou os olhos. Voltou com a metáfora do barco, mas mentalizou um mar tranqüilo. Onde ele pudesse mergulhar. E lá estava em um oceano mais calmo, com os raios de sol brilhando e pessoas mais sensatas brincavam . Lá, ele não precisava se esconder no barco. Lá, as pessoas realmente gostavam dele e não estavam ali apenas para serem superficiais. Lá, ele pulava as ondinhas , desejando um ano novo em forma de oração. Realmente, lá, ele não estava sozinho.

E de volta a realidade, pela primeira vez, o ser de camisa azul, bermuda branca, chinelo verde sorriu. Sorriu pensando no passado e desejando um futuro melhor. Um ano mais intenso, mais verdadeiro e em mares mais tranqüilos. Há, e sim: Com melhores noções de moda para a próxima virada.