A semana se inicia com uma menção a poesia.
Um brinde aos versos que dançam e que decidem a hora de entrar em conversa e ahora de finalizar. Uma semana de homenagem ao colorido da vida que tantas vezes se esconde nas dores dos homens. Até sexta, uma poesia ou uma tentativa poética ( mais apropriado) que vai evidenciar o afeto a tudo que nos faz bem.
Espero que gostem.
Grão
Nem mar, nem sol, hoje sou grão.
Grão que sobrevive no equilíbrio.
Entre a beleza ruidosa e o silêncio.
No trabalho incessante e humilde.
No dorso de gaivotas indecisas;
Na crina de cavalos certeiros.
Nem sol, nem mar. Hoje sou grão.
Como meus antepassados foram;
E hoje germinam em outros planos.
Grão seco o suficiente pro deserto;
Mas poroso pra aprender a aprender.
Nem sol que queima em demasia.
Nem mar que afoga afobado.
Simplesmente grão que existe.
Nas lições que insiste em resistir.
Nem sim, nem não; nem tudo ou nada.
Nem lá, nem aqui, nem sei, nem sou.
Mais que pouco, menos que tudo.
Um caminho, uma trilha, um passo.
Um pé, um dedo, uma unha.
Uma ideia, um suspiro. Um grão.
Eu até hoje nunca conheci quem não gostasse de Borra. Sem malícias e delícias, borra é aquele líquido mais grosso do café e do nescau. É onde fica todo o açúcar que apesar de ser proibido pelos médicos, é o melhor da bebida. Borra de vida evidencia os momentos doces e incríveis e nos convida a partir para uma viagem pelo lado tão bom e tão esquecido da vida. A viagem é arriscada e pode nos fazer não querer mais voltar a nosso mundinho cinza. e daí? Vale a pena o risco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário