sexta-feira, 18 de abril de 2008

Mais uma de estrada

Com poder de magia ou truque de mágica,
se levantou, sacudiu, baixou a poeira, ajeitou o cabelo e escreveu mais algumas bobagens no papel:

Quanto mais eu caminho, mais sinto saudade da estrada.
E logo vi que as flores não são sempre multicores.
E o céu troveja as vezes mas chora em seguida. Deve ser arrependimento...
Percebi que a estrada fica mais áspera e quente. Dá calo no pé e vontade de voltar.
Senti que os bons ares do caminho mudam.
E as vezes o ar é tão rarefeito,
que s enão fosse uma máscara deixada para mim, não dava mais não.
Descobri tardiamente que a comitiva que andava do meu lado, desistiu ou foi para outras bifurcações.
Que o mapa que eu seguia no livro de auto-ajuda só serviu para que eu me perdesse mais.
E já algumas palavras e conselhos serviram para bons atalhos.
Percebi que alguns caminhos parecem fechados, mas se a gente insistir muito, eles sempre se abrem...

Talvez, e pensou isso enquanto ainda tinha muita poeira pela frente, o que escrevia não era de todo, uma imensa bobagem. Pelo menos não totalmente.

Um comentário:

Paty Augusto disse...

É lindo o post e triste e aterrorizante... Uma sensação de solidão foi o que senti, uma vontade de te colocar no meu colo. Mas não é isso que temos que fazer... Há uma estrada, um caminho a ser percorrido e temos que seguir adiante. E tenha certeza que seja nesse ou em qualquer outro eu te acompanho.
LYTMAF