- Sai da janela, garoto! Quer tomar um tiro no meio do crânio e ainda me dar trabalho pra limpar? Vamos, Xispa!
Minha mãe me removeu da janela por amor. Deve ser tradição, casa antiga e gerações evoluem. Minha avó tirava minha mãe da janela toda manhã. - Para de ficar esperando esse moço passar! Minha mãe, bem mais jovem, choramingava: só mais um pouco, olha, lá vem ele! E ela se arrumava toda. Em segundos, botava fita no cabelo, perfume doce como mel e ficava na janela como se não soubesse da vinda de seu amor. Minha avó achava isso promiscuidade! Só faltava agora usar saia e cantar essas músicas do demônio- Um tal de Beatles. Mas minha avó anos antes , não tirava os olhos da janela. Esperava seu marido, militar voltar de uma daquelas batalhas. Um terço de carvalho envelhecido, enrolava-se em sua mão solícita. A bisavó apenas afagava seus cabelos, já totalmente desesperançosa. Mas ela também sabia o poder daquela janela. Pulara muitas vezes pra poder brincar com os meninos. Lembra que deixou um namorado botar a mão embaixo das primeiras saias que ela usava. Ela usava 7, não havia perigo a mão em duas ou três. Sua mãe descobriu. Ralhou muito. Era uma filha de condessa, não podia fazer cousa desta. Mas esta também lembrar de esperar ansiosamente bilhetinhos de seu namorado que adentrava com um tiro de estilingue a janela dos pombinhos.
Séculos na mesma janela. Histórias tão diferentes e com romantismo duvidoso. Mas o garoto que de alguma forma conhecia a história daquela passagem de aventuras, ventos e um pouco mais deitou na cama desgostoso. Que vontade de ter um estilingue!
Minha mãe me removeu da janela por amor. Deve ser tradição, casa antiga e gerações evoluem. Minha avó tirava minha mãe da janela toda manhã. - Para de ficar esperando esse moço passar! Minha mãe, bem mais jovem, choramingava: só mais um pouco, olha, lá vem ele! E ela se arrumava toda. Em segundos, botava fita no cabelo, perfume doce como mel e ficava na janela como se não soubesse da vinda de seu amor. Minha avó achava isso promiscuidade! Só faltava agora usar saia e cantar essas músicas do demônio- Um tal de Beatles. Mas minha avó anos antes , não tirava os olhos da janela. Esperava seu marido, militar voltar de uma daquelas batalhas. Um terço de carvalho envelhecido, enrolava-se em sua mão solícita. A bisavó apenas afagava seus cabelos, já totalmente desesperançosa. Mas ela também sabia o poder daquela janela. Pulara muitas vezes pra poder brincar com os meninos. Lembra que deixou um namorado botar a mão embaixo das primeiras saias que ela usava. Ela usava 7, não havia perigo a mão em duas ou três. Sua mãe descobriu. Ralhou muito. Era uma filha de condessa, não podia fazer cousa desta. Mas esta também lembrar de esperar ansiosamente bilhetinhos de seu namorado que adentrava com um tiro de estilingue a janela dos pombinhos.
Séculos na mesma janela. Histórias tão diferentes e com romantismo duvidoso. Mas o garoto que de alguma forma conhecia a história daquela passagem de aventuras, ventos e um pouco mais deitou na cama desgostoso. Que vontade de ter um estilingue!
3 comentários:
Ah, se os objetos pudessem falar... Quantas histórias não teríamos? Romances, tragédias, comédias, histórias de todos os tipos.
Adoro a sua forma de observar o mundo e dar significado a tudo que nos rodeia, até mesmo a uma janela...
LYTM!!!
Beijos
Este pequeno conto me lembrou a minha avó em prantos, lá no Rio de Janeiro...dizendo para que eu não saísse de casa porque senão poderia levar um tiro...
Essas pessoas que são protetoras de mais acabam sendo mais insuportáveis do que as próprias coisas que elas tentam nos proteger, as vezes...
Ah, adoro janelas.
Se não houvesse comentário.. iria ter que seguir a ideia da Mare ''oi'' ''tudo bem?'' ''beijos''
Mas, esse já eh o terceiro!
Intão sabe o que significa neah??
Novo poste pra sua irmã/fã =))
E não preciso nem dizer que gostei!
Pq cmo te disse hoje, o Borra me faz bem e eu sempre adoro tudo que leio! * Não! Não to sendo puxa saco!!É sinceridade, o invejem pela mente brilhante que o autor tem =P *
é isso.. =))
Beijos *
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