
Eu até hoje nunca conheci quem não gostasse de Borra. Sem malícias e delícias, borra é aquele líquido mais grosso do café e do nescau. É onde fica todo o açúcar que apesar de ser proibido pelos médicos, é o melhor da bebida. Borra de vida evidencia os momentos doces e incríveis e nos convida a partir para uma viagem pelo lado tão bom e tão esquecido da vida. A viagem é arriscada e pode nos fazer não querer mais voltar a nosso mundinho cinza. e daí? Vale a pena o risco.
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
A viagem mais difícil
Estou na trilha até hoje. Em uma estrada que leva a mim mesmo. O tal do auto-conhecimento. Cada vez mais apaixonado pela força, que se escondia na minha preguiça.
E nessa busca de mim mesmo, vou encontrando aqueles que se simpatizam com a causa e que caminham juntos. E quem sabe? Talvez nessa jornada eu tenha encontrado um grande amor. O importante, meus amigos, não é o ponto de chegada, mas a estrada que se escolhe.
sábado, 29 de outubro de 2011
O nascimento da escrita
Cresci como um profissional óbvio. Galguei passos importantes na minha carreira e atingi postos importantes e até invejáveis. Mas as vezes, um vazio me enchia e um grito surdo estremecia meu universo sem som.
Faltava algo. Por isso, te procurei na gaveta .
Você, já uma mulher feita mas com cabelos coloridos e tatuagem na batata da perna escrito carpe diem, me abraçou como se não tivesse tido ontem. Beijou minha boca como uma esposa fiel, me ninou confortavelmente como uma mãe que agora ensina o filho e se colocou ao lado para preencher o meu vazio. O que vem depois? Difícil dizer. Estou no limite do presente da narrativa que te mostro. Mas posso garantir que hoje entendo a necessidade desta senhora escrita que afaga meus cabelos neste momento. A preta velha que tudo me ensinou e que agora vê em meus olhos, aquele olhar apaixonado voltando. Eu sigo em frente buscando o equilibrio. Falam sempre que é necessário escolher, mas se os caminhos que se abrem está entre o caminho certo e o caminho feliz, busque o terceiro. É o que faço agora.
Venham comigo. Prometo no mínimo, um gole de café com borra e uma dose de aventura na estrada da vida.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Postulado poético
Escrever nunca foi um luxo, uma extravagância, um excesso. Para mim, se define como necessidade básica. É preciso se alimentar, respirar, excretar e rascunhar. Trata-se de um ato quase involuntário. E as contra capas de caderno, forros de almofada e 5 blogs estão aí pra provar esta constatação.
Antigamente, eu tinha certeza que fazia rabisco e não arte. Hoje, quando mergulho neste meu passado literário, as vezes me surpreendo com poesias de um menino tão ingênuo e criativo. Se eu pudesse conversar com aquele jovem garoto gordinho de cabelos rebeldes, eu ditaria meu postulado:
Ei, jovem! Levante e desenhe. Rascunhe um pouco mais. O que você faz é arte. E daqui há alguns anos, os extratos bancários vão tentar te dilacerar e te massificar em uma gaveta prateada de escritório. É preciso fazer arte. Viver não basta!
É preciso romper com as certezas conformistas e pessimistas. É preciso se abrir para novos horizontes. Conhecer novas regiões, beijar novas bocas (mesmo que seja da mesma pessoa, afinal sua companheira muda a cada dia) e excluir de vez o termo"eu nunca faria isso". Afinal, hoje me dizem que beijar na chuva causa gripe, que dar um abraço sincero pode ser assédio sexual e que só devemos ouvir aqueles que nos ouvem.
É preciso romper! Sair dos paradigmas que nos solificam em nossas desgraças. Somos maiores que nosso corpo e mais sagazes que nossos smart phones. Somos os nossos sonhos. Não os enclausurem em uma caixinha de coibições e inseguranças. É muito apertado e sombrio. Eu sei. Eu estava lá até agora.
Ei, jovem! Abre os olhos e veja a cada dia o novo amanhecer. Se todo dia, ele se apresenta com nuances diferentes, por que definhar em um mesmo jeito de ser?
Permita-se! E busque a felicidade na doação para o próximo. Doar-se! É incrível Tente. Arrisque. Viva como se não houvesse amanhã. Um lindo intelectual já nos disse "porque se você parar pra pensar, não há".
Ei jovem! Não esqueça seus objetivos de crtescimento, mas não perca o brilho nos olhos. Amadurecer não é endurecer.
Tornar-se responsável não é sinônimo de ser chato.
Ter cautela não significa anular riscos.
Para se encontrar na vida, não precisa se perder no sistema.
É preciso romper!
Eu dedico esse retorno ao blog para toda minha família. Família de sangue, família de amigos e sobretudo a família cinco lados que é um pouco de sangue ecompletamente de amigos.
Sobretudo a Paty Augusto, Deise Daros, Luiza Calafange e por fim, àquela que dedico este postulado, Mare Soares
Imagem de Anita Malfati, a renegada genial!
domingo, 23 de outubro de 2011
driblando obstáculos
A cada queda, vamos conhecendo mais o chão de barro, o asfalto quente. Passa por cima, pelo lado, mas nunca por dentro, porque nossa essência é só nossa.
E na cama do hospital, se planeja a alta. E na saida do hospital, se vê a recuperação.
E a cada passo dolorido, o reaprender a andar, a mover os mebros lentamente.
E que saudade de dançar. Mas já não dançava há décadas. Um bom motivo pra voltar.
Stop. Não foi só um automóvel. Foi um baque de vida.
Vamos voltar a ativa, meu povo. Porque o apito final não soou. Estamos na prorrogação e nada de morte súbita. A partir de agora, vamos falar mais da vida. Como esse blog nasceu e como juntos, não vamos deixá-lo morrer.
Borra está de volta!
terça-feira, 21 de junho de 2011
Soneto ampulheta do amor bumerangue

Soneto ampulheta do amor bumerangue
Minha sina é te perder.
Faço tanto que esqueço;
Histórias lindas com você.
Apagadas e sem endereço.
Seu gosto, não me lembro mais.
As imagens que tenho,
São fotos antigas de jornais,
Que guardo sem ferrenho.
Mas um dia vou chorar.
E muito tarde vai ser
Nossos momentos vão me lembrar:
A forte saudade de você.
Mas é só tempo voltar,
E tudo vem a reaparecer.
Sou ferrenho, guardo jornais.
Pois fotos são imagens.
De você não lembro mais.
Seu gosto é uma bobagem.
Sem endereço e apagada,
De você, linda, só histórias.
Tu só não somes na página virada,
Pois minha sina é te ter na memória.
sábado, 11 de junho de 2011
ruiva no telefone
Do outro lado, ouviamos as crianças brincando, brincando, felizes.
Mas menina ruiva nada ouvia.
As crianças que brincavam ao seu lado, eram o silêncio sepulcral de uma noite fria.
Vai ver que a menina só fingia não ouvir...
Vai ver que preferimos deixar as crianças brincarem, sem incomoda-las.
Vai ver que nem eram crianças...
Vai ver que nem estavam brincando...
