domingo, 28 de setembro de 2008

Doce conformismo

Não vai demorar muito para o mundo presenciar uma cena mais ou menos assim:


O local é um ponto de ônibus onde só passa um ônibus. As pessoas estão lá paradas logicamente para pegar o mesmo ônibus. Estão numa fase do menor esforço, todas sentadas e reclamando de como a vida é injusta com elas e boa com os demais.


Até que o ônibus dá o ar da graça e já fica em uma distãnica razoável para fazer sinal pedindo que ele pare. A primeira pessoa olhou mas pensou: os outros vão fazer sinal, não preciso me dar o trabalho de levantar o braço.

O problema é que a segunda pessoa também pensou assim. E não é que a terceira, a quarta e a quinta última também tiveram a mesma percepção?

O motorista viu as pessoas no ponto mas achou que deviam estar aguardando um outro veículo, talvez um taxi. E assim, acelerou e passou direto.

Quando os cinco personagens perceberam que haviam perdido o transporte se levantaram e começaram a gritar dizendo que era um absurdo, uma injustiça e que iam dar parte do motorista.

Moral da história:

- Mesmo na época do menor esforço, reclamar pro nada é um hábito corriqueiro.


Esse fato vai ocorrer. disso não tenho dúvida. Em algum lugar do mundo, em breve alguém vai presenciar uma narrativa assim. Só espero que não seja agora, dia 5 de outubro dentro do nosso próprio país. Não espere ninguém fazer sinal pra você. Decida o seu ônibus, o seu rumo. Vote!


sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Cesta da canção cheia de flores de 64

salve, salve!

O blog andou meio parado mas prometo que foi só uma reestruturação interna do blogueiro.
A música de hoje vem como um desabafo, protesto, impulso de esperança... Chamem como quiser.
Tudo começou por causa de um velho. Sim, um coroa de seus 60 anos dizendo que minha geração estava obesa mentalmente. Não o conhecia mas a discussão foi inflamada. E dentro de um ônibus.

Na verdade, defendo que há muito conformismo mas ainda temos militância. Muitas vezes online. os sites de petição online crescem e conseguem mudanças! Os blogs como esse e os das pessoas da minha lista são vozes berrando.

Não canso de defender o país e canto o hino da resistência a ditadura: Para não dizer que não falei das flores de Geraldo Vandré. Hoje ouvida no youtube mas com muita emoção. Como deve ser a geração do século XXI.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Cesta da canção- My world

Do eclético ao bom gosto, eu me transfiro e mudo as partituras .
A canção de hoje é um hino que esse blog prega: viva o seu mundo. Não deixe que o interfiram. Essa é a sua única vida.
Para falar isso, eu trago os mutantes do metal- Metallica cantando My world.
Mesmo que não seja seu estilo de música predileto, ouça as vozes atrás dos berros. Ouça a lição além das trevas... “Não só, eu não sei a resposta Como também não sei qual é a pergunta” Vamos atrás de nossa própria vida!






My World (tradução)
Metallica
Composição: Indisponível
Os filhos da puta entraram em minha mente
Tentando me fazer ser outra pessoa
É o meu mundo agora
Mamãe, por que está chovendo no meu quarto?
Anime-se garoto, as nuvens logo irão embora
Eu fiquei perdido na forte neblina
Vou me sentar aqui atrás e curtir este passeio
É o meu mundo, você não pode tê-lo
É o meu mundo, é o meu mundo É o meu mundo, seu trouxa!

Estou fora de controle
Saiam da minha mente, saiam
Quem está no controle da minha mente hoje?
Demônios dançando em forma de anjos
É a minha vez agora, é a minha vez agora
É a minha vez,
Sim é a minha vez
Preste atenção filho da puta, aqui vou eu
Vou fazer de minha mente minha casa
Filhos da puta, que tentam tomar minha mente
Tentando me fazer ser outra pessoa
É o meu mundo, você não pode tê-lo
É o meu mundo, é o meu mundo É o meu mundo, seu trouxa!
Estou fora de controle
Saiam da minha mente, saiam
Não só, eu não sei a resposta
Como também não sei qual é a pergunta
Deus parece que só chove em mim
Não só, eu não sei a resposta
Como também não sei qual é a pergunta
Estou fora de controle, alucinado
Saiam da minha mente, saiam
Já chega...

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Por que insistem no ponto final, se eu só quero reticências?

Coagido é com g! Encurralado é substantivo, não uma forma de viver.
Apreensivo tem duas vezes a letra e. A primeira de estrago e a segunda de estorvo.
Fim do túnel não é junto. Tem espaço entre ele. Muito espaço. Mas “a luz se aproxima” está correto. Só que aproxima é com X.


...


Sempre falei que amo os três pontinhos. Eles me fazer ter uma vida sem tantas escolhas. O ponto manda a gente tomar decisões. A vírgula serve pra enrolarmos aquela oração. O ponto e vírgula é dos indecisos;ou dos que acham bonito escrever assim. Escrevi há pouco tempo um texto sem pontuação, mas se eu fosse um poeta isso seria arte. Já que não sou( apenas aprendiz) me deciso em botar ponto final e correr para outro parágrafo.


...


Reza a lenda que para aprender bem a gramática, devemos saber a cultura. Não sei se é boato ou promoção marketeira da forma “leve 2, pague 1” Mas eu concordo. E da mesma forma que todos os povos tem suas línguas, seus dialetos e aproximação cultural; também cada ser tem sua língua. Sua compreensão, seus ingredientes de diversas culturas, suas excentridades, suas manias.

E você? Sabe qual é a sua cultura?
Sabe pra que está aqui? O que procura?
Qual sua cultura individual que te transforma em ser único? Se não sabe, relaxa... Respira fundo e decida. Ou procura ou viva tranqüilo e sem problemas.
As maiores perguntas só aparecem quando desistimos de ficar com as perguntas elementares...

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Insubstituível?

“Ninguém é insubstituível”. Com essa frase, soltou seu copo de whisky escocês e expirou. Morreu, foi pro beleléu, bateu as botas. Fiquei observando como expectador passivo todo o restante da história. Substituíram seu pijama de seda por um terno. Seu último terno. Sua esposa substituiu o sorriso sereno por quase 7 meses de luto. Usava preto todos os dias e em todos os locais. Mas substituía a roupa. Higiene a cima de tudo.

No enterro, o padre fez a mesma oração, mas substituiu os salmos que costumava ler. Razão: o homem morto merecia um destaque. Ele era bondoso, trabalhava como ninguém. Quase não parava em casa. Mandava presente pro filho pelo correio e beijos pra esposa por orelhão. Dizia que a amava. Dizia que ela era insubstituível. Dizia que nada substituía o verdadeiro amor. Dizia que um dia, eles iam substituir essa vida louca por algo mais estável.
Na hora de abaixar o caixão, a esposa com óculos escuros sofria em silêncio. Sua secretária, Dona Carminha, chorava copiosamente. Sem nenhum pudor, sem nenhuma vergonha, sem nenhuma moral. Dizia que seu chefe, seu amigo e seu amante era sim: insubstituível.
A esposa , quieta, não expulsou Dona Carminha. Não a xingou, nem mostrou interesse pelo que ela fazia. Porque, pensava ela, nem Dona Carminha , nem ninguém sabe da verdadeira história.
Ninguém sabia que ele tinha a substituído pela Dona Carminha. E ele não sabia que ela viu tudo durante uma noite de sexo ardente do casal de amantes. Ela, por sua vez, substituiu o barraco pela compreensão: ele a substituíra , mas por dizer que ela era insubstituível, essa seria a última vezdesse leve engano.

E horas depois, ele na sala fingindo leveza com a esposa a beija apaixonado e ela, santa, retribui. Um beijo quase insubstituível... Ela então traz um copo do seu favorito whisky. O escocês, 12 anos. Ele sedento, bebe o primeiro gole com a vontade de não substituir jamais aquele momento. Ele repara tarde demais o equívoco. Ela substituíra o whisky. Colocara veneno puro. E enquanto ele se intoxicava e mudava de cor, ela pôs no vídeo, as cenas filmadas e flagradas dele com Dona Carminha. Ele substituiu a dor pela raiva. Pela última vez. Com ódio, quis deixar selado em um epitáfio a máxima da sociedade.”Ninguém é insubstituível.” Se quiserem acreditar ou não, a decisão é de vocês. Mas a esposa parou o vídeo, limpou os vestígios e foi trocar de roupa.