quinta-feira, 13 de setembro de 2007

vida sem rumo



Da criança ao vestibular

Acorda, nasce... Está na hora de pular dessa barriga, vem!
Vem que as chupetas em promoção já te esperam...
Consumidor de colo, chega mais!
E quando não fica no braços da mãe,
mamando nas tetas do governo materno,
está no berço enjaulado pagando por crime que não cometeu.

- Ô injustiça, exijo mudanças. Aonde é o balcão de reclamações? Vou chorar porque é o alarme mais eficiente que eu conheço. Vou chorar porque todos ouvem. Vem a coroa de cabelos vermelhos puxadora de bochecha que se chama avó; vem o parente dela fazendo palhaçada e me colocando no teto, vem a mamãe com cara de sono e eu a coloco pra ninar tirando aquele leite dela todo que devia estar a incomodando....

Para de brincar só com esses bichinhos.
Vai pro maternal, vai pra creche, vai pra aonde for.
Lá você vai aprender a ter uma vida pra ser doutor.
A jaula não é mais no berço, enfim!
Agora calcule a metade de um terço pra mim.
E faça o que a tia mandar
senão um pesado castigo
a tirana vai te passar.
Tabuada, capitania, tabela periódica, capitais,
Chibatada. Alforria, Era cenozóica, Nunca mais!

- Pra que estudar esses hominhos que já morreram? Se meus pais não sabem mais deles também, nem deve ser importante. Dizem que tudo que eu faço agora, vai se resultar no meu futuro. Mas parece que o meu futuro já tem hora e local pra ocorrer. Eu me preparo que nem um maluco pra esse tal de vestibular. Que tem prova com questões idiotas só pra eu decorar. Tomara que pergunte o que já estudei. Se perguntarem quem sou. Teri que dizer, não sei!

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