quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Vida sem rumo 2


O trem da liberdade

Bilhete para as dez.
Apenas ida, por favor.
Olhos consternados,
Pequenos e com 11 anos.
A bagagem é fantasia,
O bilhete também.
Mas a vontade, real.
No bolso dois reais.
Duas figurinhas, uma tampinha.
Despediu-se de todos.
Da árvore e do cachorro.
Desceu a favela.
Perdeu o trem das dez.
Tentou correr e perdeu a tampinha.
Pulou cercas e rasgou uma figurinha.
Foi encontrado pelos pais.
E perdeu o dinheiro.
Teve o castigo por querer ser feliz.
Olhos tristes no quarto mais escuro.
A árvore e o cachorro o consolavam.
Seria difícil fugir.Menino consternado.
Ainda sobrou uma figurinha. Hum...
Bilhete para as onze, por favor.

Luiz Cezar O . marinho

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