quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

angu e cafuné

Não adianta, seu moço, trazer prato enbelezado pra tentar me agradar.
Cheio de iguaria, com bicho de patinha só esperando pra me dar o bote.
Esses tal de camarão, patati patata com fritas. Molho vinagrete e dietete.
Traz um gostoso angu bem mexido como minha preta velha fazia.
E depois que eu coma até o papo ta cheinho, me deita no colo, me faz cafuné.
E canta pra mim a canção que ela cantava das festas que frequentava.
Ô abre a roda pra poder cantar
Pede benção a Oxalá
E proteção aos guerreiros de são Jorge
Nos mares de Iemanjá.
Angu é prato da terra, daqueles que tem raizes bem fortes.
Que sua, que sangra, que namora na maré baixa.
Cafuné, esse sim, é iguaria dos deuses.
Porque comer angu da preta velha não era pra qualquer um.
E depois dormir com cafuné e pança cheia, e amúsica que continua.

Nenhum comentário: