segunda-feira, 4 de agosto de 2008

“não tenho escolhas”


Imagina chegar aos 30 e achar que não tem escolhas. Achar que o caminho já está traçado e sair dele levantaria tantas questões que o preferível seja se acomodar.
Da mesma forma que um pássaro revolto quando em uma gaiola se amansa.
Imagina se olhar cansado com 30 anos e se perguntar inquieto- Onde perdi meu pique? Quando jovem, era tão afoito.... E depois dessa frase, como em um passe de mágica: você está velho. Já acha que é tarde demais para voltar para faculdade, pra sair com os amigos, pra uma viagem mais longa.

Ri dos sonhos que fazia quando era um adolescente irresponsável ( eita palavrinha que só é dita pelos velhos). Sabe que aquilo é passado e que a velhice não tem nada de encantado.
E então se aposenta do trabalho, das bolhas sociais. O sonho? Só mesmo aquele da padaria mas por pouco tempo. Tem que reduzir açúcar...
Então os desejos se tornam utopias e a pessoa vê uma vida pronta, quadrada e retilínea que não pode mais abdicar. E faz questão de fechar as janelas (que podem se tornar portas para os mais ariscos) por causa do frio... E realmente não vê mais escolha...
Eu sei que você acha isso loucura. Eu também acho. Então não se sinta velho. Só é hora de parar, quando não há mais sangue no cérebro e sonhos no coração!

Um comentário:

Paty Augusto disse...

Talvez haja na velhice novos sonhos, novos objetivos que só iremos conhecer quando lá chegarmos. Ser velho não é o fim da vida, é o acúmulo de experiências, de histórias, é o olhar para trás sem se arrepender e reconhecer tudo que foi feito. A velhice é o exemplo para que os jovens busquem sempre os seus sonhos.
Mas há momentos em que chegamos e mudamos os planos, não pelo avançado da idade, mas pelo rítimo que escolhemos levar a vida.
Quando os sonhos se acabam, não é velhice... é a própria morte em vida.
Lindo texto e um tapa na cara de muita gente, mas isso não é ruim e muitas vezes se torna necessário.
Te amo!!!