Numa noite morna, o seresteiro torna, depois de tanto silêncio.
Volta ao povo que é o seu lugar!
Os dedos dedilham destros no violão incerto.
Alegre de poder voltar!
A voz, vozeirão de rouco, ensurdece aos poucos as janelas tímidas.
Só mais uma vez, mas que se repita!
Restos de solidão, tristeza são varridos minguos.
E enfim padecem com a alegria do luar!
Canta cancioneiro, canta! No cavalo caramelo a canção tão cândida.
Para emocionar!
Passa, preguiçoso, passa! Puxando pito passeando.
Para nos convidar!
Nosso objetivo, eu brigo, é entrar na roda. Rodar jogo da vida vivo e reto.
Respeitando o verbo amar!
Ah! Volta carregando calos e cicatriz, mas um rosto matuto e até feliz!
Fede, mas ninguém o impede. Porque o cheiro é passado de quem atura e se aventura.
E vai continuar!
Porque todos tem total compreensão que o cancioneiro suma com sua canção.
Para voltar com a irmã saudade, que não tem idade.
Mas vai voltar!
Eu até hoje nunca conheci quem não gostasse de Borra. Sem malícias e delícias, borra é aquele líquido mais grosso do café e do nescau. É onde fica todo o açúcar que apesar de ser proibido pelos médicos, é o melhor da bebida. Borra de vida evidencia os momentos doces e incríveis e nos convida a partir para uma viagem pelo lado tão bom e tão esquecido da vida. A viagem é arriscada e pode nos fazer não querer mais voltar a nosso mundinho cinza. e daí? Vale a pena o risco.
quarta-feira, 30 de maio de 2012
terça-feira, 22 de maio de 2012
P de Poetas
Para poetizar precisa parar de perguntas, pesquisas, pranchetas.
Pegue palavras com PE e passeie para o prazer.
Perca-se nas possibilidades possíveis.
Para passar passeando com passos em partituras passadas para parecer passos.
Pare.
Prove.
Permita-se.
Puxe palavras. Perca períodos. Pique e Pise em parágrafos.
Pare de prostituir poesias.
Permita-as perdurar perenes.
Pegue palavras com PE e passeie para o prazer.
Perca-se nas possibilidades possíveis.
Para passar passeando com passos em partituras passadas para parecer passos.
Pare.
Prove.
Permita-se.
Puxe palavras. Perca períodos. Pique e Pise em parágrafos.
Pare de prostituir poesias.
Permita-as perdurar perenes.
quinta-feira, 3 de maio de 2012
Faz de conta
Faz de conta que nossos porcos são cavalos alados;
que as goteiras da laje são cachoeiras do jardim de inverno.
Faz de conta que o fedor do esgoto é maresia;
que os mosquitos são cobradores de imposto levando aquilo que os pertence.
Faz de conta que miséria é ter que viver cheio de grade em apartamentos longe do chão. Que a liberdade é poder diariamente buscar trabalho e voltar de mãos abanando e a pé.
Faz de conta.
Faz de conta de tudo isso, que no final, além de um lindo sorriso, seremos heróis.
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