quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Aula de português I

E na apostila do menino estava escrito: 
Abriu um sorriso e voltou pra aldeia.
Encontre o sujeito.

Aldeia? De indios? Mesmo? Com ocas e tintas, com costumes e sem roupas?
Ou é uma aldeia global? Uma das tribos urbanas? Um grupo de rockeiros, de skin-heads ou de religiosos?
Voltou? Voltou mesmo? É possivel voltar se nem sei se sai do lugar?
É uma expressão simbólica ou é figurativa? Uma metáfora? Uma utopia? Ou tem alguma prova inegavel? Desculpa o ceticismo, mas eu tenho muitas pessoas comigo. Muitas vão e prometem voltar. Nunca voltaram.
Sorriso? É sorriso de verade? Com dentes e lábios arqueados? Mesmo? Ou é um smile ao contrário? É algo que universalmente se chamaria de sorriso? Ou é Monalisa? E se o sorriso de fato existir, que já duvido, é sincero? É do coração? Saiu de intestino ou do âmago? De um sentimento caridoso ou de bens materiais valiosos?
Por fim, esse sujeito que queres que eu ache, se é que de fato existe para eu encontra-lo, abriu. Mas ele abriu ? Do verbo? Ou é o quarto mês escrito errado? E se é verbo, ele abriu mesmo? Por que hoje todo mundo fecha. Só fecha. Fecha a cara, fecha conta, fecha o bar. Fecha o tempo, fecha um negócio que vai fechar monte de empresas. Vai demitir e fechar sonhos. Vai extinguir indios e fechar possibilidades de se expandir cultura.
Desculpa, mas não posso encontrar o sujeito com tantas dúvidas. O que vou falar pra ele quando o encontrar? Que feche a cara, queime a aldeia e suma do planeta? Professora, me deixe oculto.

Essa resposta é ficticia, confesso. Se fosse verdadeira, possivelmente o aluno teria zero sem direito de reclamação porque escreveu de lápis.



segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Quem sou eu?

Quem sou eu?
Bem, meu nome é Luiz Cezar Oliveira Marinho.
Luiz , ideia da mãe, inspirada no nome da avó, Luzia. Luz, ou algo assim.
Cezar é pra imitar o pai, Antônio Cezar, meu pai: Um baixinho, invocado e militar.
Oliveira é das olivas da mãe;
Marinho das águas do pai.
Vejam só vocês!
Meu pai tem Silva desde rebento. Minha mãe, também. O Silva dela é de tempos de fralda. Pela lógica, eu quando nasci tinha que ser Silva, ter silva, fazer parte dos Silvas. Mas meu pai: Um baixinho, invocado e militar, disse que ia me salvar da maldição do Silva. Falava e berrava que um silva nunca chegaria lá. LU-Lá!
Mas assim, pra desgosta da familiriada Silva Toda ou Toda Silva, meu pai, o baixinho, inovocado militar, me des-silvou. Fez porque disse que eu não era todo Silva ou Silva Todo. Que eu não seria do povo da silva ou da Silva do povo. Que desgosto. Que desgosto pro meu pai.Pois não sou Silva no nome, mas sou Silva no sangue. Um Silva do povo com raizes que não estão na certidão de nascimento nem na minha cor européia branco clara. Mas está na sublinha da nacionalidade, da genética. Sou brasileiro. Um Silva brasileiro ou brasileiro da Silva. Das misturas da cor, dos lábios africanos, do olhar indigena, da pele portuguesa, da altura alemã e tantas outras misturas que os galhos tortuosos da minha familia escondem por aí.
Confesso que sem silva no nome mas um eterno brasileiro da Silva.
Luiz Cezar Oliveira Marinho. Esse sou eu.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

pacto

- Vamos fazer um pacto?
- Ein, você está falando comigo?
- Claro que sim. Você estava dormindo?
- E você não? São 3h, Ari. Durma!
- Antes, o pacto. Vamos fazer.
- Isso é como aqueles pactos do cuspe, do sangue de quando eramos crianças?
- Que cuspe, que sangue?
-Esquece. Você não teve infância. Desenvolva seu pacto que tenho que me enrolar no meu sono.
-Um pacto de plenitude. Com 3 pilares: Amor , cumplicidade e aventura. Temos que nos comprometer a cada dia buscar estas três bases com o outro, no caso eu com você e você comigo. Primeiro, entregar-se ao amor e as suas manias, fetiches, ondas e desejos. Para isso, precisamos tera cumplicidade no próximo e confiar que o outro está de coração. E por fim, buscar caminhos que saiam da monotonia, da breguice e dos caminhos impostos. O que acha? Vamos fazer esse pacto?
- zzz zzz zzz
- Amor?
Vai ver que era muito pra esposa de Ari. Talvez ela não tenha entendido, ou talvez ela tenha compreendido completamente, aceitado e colocado ele em prática imediatamente. Indo dormir pois era algo que ela queria fazer, sendo sincera com ele e também com suas necessidades.
Ou talvez, nunca se deva responder a um pacto deste. O que temos que fazer é aplica-lo na vida e buscar uma vida mais saudavel.
Paz e luz a todos!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A viagem mais difícil

Fiz uma viagem difícil e aventureira. Ou seja, deliciosa. Boa porque cheguei bem perto do meu objetivo. Mas com um caminho penoso e subidas íngrimes. A questão é que eu fiz o caminho. Escolhi a trilha e até mesmo já tinha colocado as pedras naqueles lugares. Lembrava de cada obstáculo que cultivei no passado e depois de anos ao voltar na estrada me deparei lá, maior, mais assustador e muitas vezes sombrio. Mas consegui quebrar as pedras pequenas e médias e simplesmente desviar das enormes. Em algumas, deixei ramos de flores e algumas lágrimas como perdão. Outras, por mais que eu tentasse, não havia mais como resolver.
Estou na trilha até hoje. Em uma estrada que leva a mim mesmo. O tal do auto-conhecimento. Cada vez mais apaixonado pela força, que se escondia na minha preguiça.
E nessa busca de mim mesmo, vou encontrando aqueles que se simpatizam com a causa e que caminham juntos. E quem sabe? Talvez nessa jornada eu tenha encontrado um grande amor. O importante, meus amigos, não é o ponto de chegada, mas a estrada que se escolhe.