quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A essência do dinheiro


Eu confesso que não costumo passar correntes. Principalmente sobre dinheiro. Normalmente são aquelas ladainhas que dinheiro não tem nenhuma importância na nossa vida. Eu prefiro realmente o nascer do sol a uma jantar em restaurante caro. Mas o dinheiro nos proporciona coisas. Coisas para sobrevivência. Coisas fundamentais e fúteis. Necessidades e exageros. Quando exageramos na nossa vida material, a culpa não é do dinheiro. É nossa!
Nesta quarta feira de cinzas, envio a todos uma reflexão do grandioso Bezerra de Menezes sobre a essência do dinheiro. Precisamos dele, mas não podemos ser escravos dele. Ele é a ponte, não o destino final...

Beijos e abraços e um ano de sabedoria a todos!

Luiz C Marinho



DINHEIRO
O dinheiro não é luz, mas sustenta a lâmpada.Não é a paz, no entanto, é um companheiro para que se possa obtê-la.Não é calor, contudo, adquire agasalho.Não é o poder da fé, mas alimenta a esperança.Não é amor, entretanto, é capaz de erguer-se por valioso ingrediente na proteção afetiva.Não é tijolo de construção, todavia, assegura as atividades que garantem o progresso.Não é cultura, mas apóia o livro.Não é visão, contudo, ampara o encontro de instrumentos que ampliam a capacidade dos olhos.Não é base da cura, no entanto, favorece a aquisição do remédio.Em suma, o dinheiro associado à consciência tranqüila, alavanca do trabalho e fonte da beneficência, apoio da educação e alicerce da alegria, é uma bênção do Céu que de modo imediato, nem sempre faz felicidade mas sempre faz falta.
Bezerra de Menezes / Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Deus? Quem dá mais?






Não pára de aumentar a procura pelos serviços divinos e celestiais. Coincidentemente, o desespero e a crise aumentam na mesma proporção. Deus virou uma moeda de troca. Até na confissão, já se barganha: “Poxa, padre! Sei que feri 7 dos 10 mandamentos mas Deus gosta de mim. Sou até crismado.” O vaticano informa que isso não reduz a penitência de rezar dúzias de pai-nosso, mas há relatos de amenização da pena.

Bons tempos quando Deus era respeitado.
-Benção, paínho. Vou pra roça.
- Vai com Deus, meu filho.
Beijo na mão.
- Fica com Ele.

Bons tempos, quando DEUS era o todo poderoso, o enigma, uma entidade que só ouvia latim e aramaico.Mas aí popularizavam o radinho a pilha, diminuíram o biquíni, banalizaram a violência e humanizaram Deus. Hoje, parece que ele vive entre nós, que toma cerveja depois do expediente infernal. Ainda bem que ele ainda não voltou, se não...
- Sabe com o quem você está falando? Eu beijei a mão de Deus ontem.
- Grandes coisas. O sujeito que dá em cima da minha filha dirigia bêbado e sabe quem quase atropelou? Ein? Ein?

E com o aumento da crise, Deus está cada vez mais em voga. São os tempos. A liberdade de expressão, o enfraquecimento da igreja, o preço da jujuba... Sei lá! Alguma coisa fez esse caos no poder do todo poderoso. Mas ele, parece que não está nem aí... O sol continua vindoe voltando... A gente provoca. Ou vi um dia desses a piada:
- Pra mim, dívida é sagrada. Deus lhe pague. E todo mundo ri. Cadê Deus para criticar essas piadas e usar seu poder? Em duas: ou ele está preparando vingança ou simplesmente desistiu da gente e foi jogar gamão com São Pedro.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Era o café...

Era o café. Doce demais, chegava ser melado. Ninguém acreditou quando disse que o relacionamento tinha acabado por causa do café. Mas dos cafés que tinha provado, aquele era o que mais me assustava. Não era o pior, com certeza não.
Na minha vida tomei cafés amargos, sem gosto, cafés com enfeites, em xícaras de porcelana e em copinhos de papel. Mas o açúcar provoca na gente uma certa acomodação. Não sou bioquímico, não sei explicar. Deixa a gente relaxado, sem vontade de fazer mais nada. Afinal, está ali podendo desfrutar de um cafezinho quente e doce.
Neste mesmo momento, pessoas com sede, com fome, se enchendo de cachaças... O mundo em guerras, na pior das suas crises...Mas o que importa, quando se tem um café docinho e com aquele aroma que só as sementes frescas proporcionam?
Não era possível. A minha hipnose não tinha nada a ver com ela. Era com o que ela fazia na sua melhor das intenções. Jovem, bonita, inteligente. Queria mostrar seu carinho, me envolvia em uma redoma de afeto e me dava café doce e bolinho de fubá. Como ser ativo e revolucionário vivendo dessa forma?
Larguei tudo por causa do café. Não me leve a mal. Espero que ela encontre alguém que aprecie o café doce. Mas eu, eu preciso do amargo para continuar acordado. Dormir agora seria um desperdício. A vida me clama. Tenho que aproveitar enquanto posso.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Imagem perfeita....



Perfeita demais. Os livros devem estar em ordem alfabética e a temperatura, ótima! Nem muito quente, nem muito frio. O sofá deve ser confortável, o carpete, macio. O quadro é expressivo e bonito e as louças parecem ser caríssimas e pintadas à mão uma por uma no norte do Tibete.
Nada contra, mas isso não é por mim. Uma vida assim não ia me fazer bem, não na atual situação do mundo... Essa imagem é perfeita demais. Aposto que não há nenhum livro falando de crises, guerras e neonazismo.... Realmente... Perfeito demais para mim...

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Acredita e persiste!



Sim, foi ontem. Durante uma aula para a sexta série. A menina me levanta o dedo e pergunta baixinho qual a diferença entre acreditar e persistir. Pergunta extremamente pertinente, já que no quadro havia impresso um banner com esses dois conceitos. Mas eu vacilei. Sabia a resposta, tinha tudo na ponta da língua, mas confesso que um filme passou na minha cabeça. O texto que se segue foi pensado em alguns milésimos de segundo, mas a mente humana, essa fantástica máquina de idéias, cria séculos de reflexão que duram um ou dois suspiros.

Quantas vezes acreditei, mas não investi? Quanto tempo deixei que escorregasse pela minha mão, sem oferecer nenhuma resposta para meus dilemas? Meus breves e ínfimos dilemas... E quanto mais o tempo passou, mais sonhos. Maiores. Mais complexos. Minha capacidade de acreditar e ser acreditado. Uma benção. Uma maldição. Reunir seguidores em uma idéia minha. Quantas vezes fiquei sem dormir com medo de cair e derrubar alguns outros que , estavam no mesmo barco de crenças que eu?

Com o passar do tempo, a gente muda. No início somos todos inocentes. Depois nos tornamos sabichões. Pelo menos, é isso que a gente acredita nesta fase. Na verdade, existe a terceira fase, a verdadeira fase do amadurecimento, das idéias claras, dos pés calejados depois de descobrir , de forma tão amarga, que não somos tão sabichões como imaginávamos ser. Engraçado, que nessa nova fase, a inocência volta. Tudo é novo. De novo. È possível recomeçar, aprender novos técnicas, desenvolver habilidades, não parar.

No final, vai acumulando tudo. E a gente já faz respostas com mais bagagem e menos presunção. E é aí que a gente vê se uma idéia realmente vale a pena. Porque acreditar é mais fácil. É fácil me convencerem que aquilo é possível, que a Terra é redonda, que algo vai dar certo ou não. Mas persistir em uma idéia é quantificar o quanto você acredita. O quanto você arrisca. E aí, em plena sala de sexta série, tudo ficou claro pra mim. Hoje eu posso dizer que persisto com garras e dentes atrás dos meus ideais. Hoje eu ainda digo que acredito. O que mudou foi o brilho nos olhos, o cansaço de estar na luta, mas a vontade de continuar.

Quanto voltei dos meus devaneios, havia uma criança na minha frente. Refletida nos olhos de uma outra que segundos antes tinha feito uma pergunta. “Estou bem” Foi o que pensei antes de dar a resposta. Acabei dizendo um pouco do que escrevi aqui em cima, mas de forma mais conceitual e sem colocar exemplos próprios. Acho que deu certo. No final, a menina (que também deve ter seus séculos de reflexão passados em alguns segundos) conclui a minha fala: “Muita gente acredita, mas poucos persistem”. E eu saí da sala com aquele gostinho de missão cumprida.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

epílogo ou epitáfio?



Palavras tão parecidas mas em sentido tão distintos... Epílogo ou epitáfio? No livro da vida ou no leito da morte?

Qual é o que você quer para sua vida no momento?

Decida e siga ou pare!